Para quem acredita que com base no PATRIMÓNIO CULTURAL se pode construir um projecto de desenvolvimento regional (gerador de riqueza e emprego), este artigo vem uma vez mais reafirmar a justificação do trabalho da ROTA DO ROMÂNICO DO VALE DO SOUSA e do desafio que ela representa num contexto de crise.
CRISE E PATRIMÓNIO CULTURAL
Vasco Graça Moura, Escritor
“in Diário de Notícias de 11-3”
Haverá poucos Governos como o nosso, na afirmação de uma tendência irresponsável para gigantescos investimentos públicos que não terão qualquer efeito prático imediato na presente crise económica e muito menos no emprego. Terão, sim, a consequência do aumento demencial das responsabilidades internacionais do Estado e da mais do que evidente possibilidade de derrapagem dos custos orçamentados para satisfação dessa empáfia megalómana.
Entretanto, e como é facílimo de prever, não tardará a deparar-se um tremendo problema de sobrevivência para um número crescente de gente desempregada que vai sofrer as consequências da falta de solução rápida para a crise, dentro e fora da União Europeia. Para esses seres humanos tem de ser encontrada uma saída urgente, mesmo que ela envolva um certo grau de improvisação e não represente uma garantia de trabalho para a vida.
Por outro lado, a crise significará certamente o sério risco, para o património cultural, de uma crescente escassez de meios financeiros, tanto da parte do sector público como do privado, assim afectando não só o mercado da arte, mas também o restauro e conservação dos monumentos e muitos outros elementos, típicos ou atípicos, da herança cultural. Não custa prever que a intervenção do Estado se vai tornar mais difícil e que o apoio assegurado por mecenas e patrocinantes privados tradicionais será retirado ou diminuirá substancialmente em muitas situações.
Aqui há tempos, no blogue SEDES, Luís Campos e Cunha acusava o Estado de não cumprir com as suas responsabilidades na área da Cultura, observando que essa irresponsabilidade se tem acentuado nos anos mais recentes. E acrescentava: "Veja-se o orçamento do Ministério da Cultura para 2009. Não faltam recursos para grandes obras de betão e ferro, mas não há dinheiro para manter uma colecção, ou para abrir o museu aos fins de semana, ou para manter monumentos, ou para fazer arqueologia, ou Tudo isto enriqueceria Portugal, torná-lo-ia mais atractivo para visitantes de qualidade e daria mais emprego que uma auto-estrada ou, pior ainda, um caminho de ferro de luxo para Madrid."Deveríamos ter presente que a actual crise económica e financeira implica iniciativas ousadas que apontem a salvar a economia e sejam razoavelmente moduladas quanto ao seu escopo imediato. De dia para dia, há cada vez mais pessoas que perdem os seus empregos e paira no ar uma pesada incerteza quanto às medidas que poderão ser mais eficazes, independentemente de previsões mais ou menos optimistas, porque oficiais ou oficiosas, quanto ao impacto das intervenções governamentais. Uma profunda inquietação instalou-se na sociedade.
Por isso, e mesmo não se tendo uma visão economicista da Cultura, pensar a conservação do património, a sua valorização e a sua promoção como uma das componentes do desenvolvimento económico a curto prazo devia ser parte da estratégia para enfrentar a crise actual. Isso criaria mais empregos do que os investimentos faraónicos em obras públicas. Tanto o chamado small business, como investimentos bem orientados são vectores-chave para o estímulo da economia e a criação de emprego, evitando a criação de elefantes brancos ingeríveis.
A experiência mostra que as actividades culturais correspondem a um mercado crescente que pode ser redimensionado a cada momento, com vantagens seguras tanto na preservação e valorização do património cultural, como no reforço da auto-estima e do sentido de pertença a uma comunidade e ao seu sistema concreto de valores culturais.
Assim, também a herança cultural cria a possibilidade de empregos, de formação e de qualificações, quer práticas, quer teóricas, para vários segmentos da população, especialmente o dos jovens. Muitas actividades ligadas ao património e à cultura podem ser suportadas por instituições e autoridades locais, regionais e nacionais, e abrir caminho a pequenas e medias empresas e a projectos bem sucedidos.
Deveríamos olhar para esta crise como uma oportunidade para promover os pequenos negócios, a inovação, a criatividade e a concorrência. E a área do património não pode ficar de fora.
quarta-feira, março 11, 2009
terça-feira, março 10, 2009
20 Anos Sociologia FEUP
Ao fim de uns bons anos regressei à minha Faculdade a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra ... foi um sentimento enigmático ...
Um bom regresso entenda-se ...
Estava à espera de encontrar mais colegas ... só mulheres (também eramos a maioria) - Madalena, Gina, Teresa, Cristina, Romi, Carla e Eu -
Uma noção de espaço diferente ...
O reencontro com bons Mestres, o Decano Boaventura de Sousa Santos, a Professora Sílvia Portugal, Professor Casimiro, Professor Carlos Fortuna, a Professora Vírginia, Professora Paula Abreu, Professor Caludino, ...
O reencontro com outros ..., os que não foram Mestres, mas também fizeram parte do percurso ...
O reencontro com antigos colegas, agora acredito que bons Mestres, o Hermes, o Daniel, ...
Valeu a pena voltar, Valeu pelo sentimento de querer voltar àquela Escola e voltar a estudar ...
Obrigado à Professora Virginia (achei que estava bonita) e ao Hermes pela organização do Encontro.
Espero que até breve ....
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