Ontem vi na RTP 1 uma reportagem/entrevista que me fez pensar ... na minha humanidade, ou seja em mim como ser humano e em mim como ser crente. Foi uma lição!
A entrevista foi com o médico Nuno Lobo Antunes. Que com uma imensa serenidade colocou a sua transparência como ser humano (médico, agnóstico = PESSOA). O mote da entrevista foi a apresentação do seu livro, Sinto Muito.
«Há no médico o desejo de ser santo, de ser maior. Mas na sua memória transporta, como um fardo, olhares, sons, cheiros e tudo o que o lembra de ser menor e imperfeito. Este é um livro de confissões. Uma peregrinação interior em que a bailarina torce o pé, o saltador derruba a barra, o arquitecto se senta debaixo da abóbada, e no fim, ela desaba. O médico e o seu doente são um só, face dupla da mesma moeda. O médico provoca o Criador, não lhe vai na finta, evita o engodo. Mas no cais despede-se, e pede perdão por não ter sido parceiro para tal desafio.»
Do prefácio de António Damásio
Sem comentários:
Enviar um comentário